A ICCO – Indústria de Componentes e Calçado Ortopédico, empresa de Cabo Verde fundada em 1993 pelo empresário português e ex-presidente do Município de Vila Nova de Famalicão, Armindo Costa, na ilha de São Vicente, passou a integrar a lista restrita de 139 grandes contribuintes do país, segundo revela um despacho assinado pelo ministro das Finanças, Olavo Correia, publicado no Boletim Oficial da República de Cabo Verde.
Em Cabo Verde, são considerados grandes contribuintes as entidades com um volume de negócios anual superior a 200 milhões de escudos cabo-verdianos (o equivalente a 1,8 milhões de euros) e entidades com um valor global de impostos pagos superior a 15 milhões de escudos cabo-verdianos (136 mil euros). A informação pública sobre os 139 grandes contribuintes é apresentada por ordem alfabética, não sendo revelados os valores do volume de negócios ou dos impostos pagos.
Estes critérios de seleção estão definidos na Portaria nº 55/2013, de 5 de novembro, do Ministério das Finanças e do Planeamento de Cabo Verde, documento que regula a criação da Repartição Especial dos Grandes Contribuintes.
“PROJETO DE CRESCIMENTO”
“Em 1993, fomos ajudados pelo Governo de Cabo Verde, com estímulos ao investimento, decorrentes do facto de termos sido uma das primeiras empresas francas de capital estrangeiro a instalar-se no país. Passados 25 anos, estamos a retribuir, gerando riqueza para a sociedade cabo-verdiana”, afirma Armindo Costa, fundador e administrador da ICCO.
Em sua opinião, integrar o grupo dos grandes contribuintes de Cabo Verde é motivo “de orgulho, como investidor e empresário, pela boa gestão dos recursos, mas também motivo de responsabilidade perante a comunidade de S. Vicente e de Cabo Verde”.
“Estamos felizes em Cabo Verde e vamos continuar por muitos e bons anos. Cabo Verde é o país mais europeu de África, tem uma moeda estável, sendo talvez o país africano que mais se identifica com Portugal”, adiantou o presidente do grupo ACO Shoes, revelando que tem na forja o desenvolvimento de um projeto de crescimento industrial em Cabo Verde, onde atualmente laboram 250 funcionários.
“O nosso projeto de crescimento em Cabo Verde, que a seu tempo revelaremos, é o nosso compromisso com o país. Cabo Verde é bom para investir, dispondo de uma localização estratégica que foi importante no passado e continuará a ser importante no futuro”, considera Armindo Costa.
CABO VERDE PRODUZ COMPONENTES
A empresa que Armindo Costa fundou em Cabo Verde há 25 anos é participada em 98% pela portuguesa ACO – Fábrica de Calçado SA, com sede em Vila Nova de Famalicão, no Norte do país, da qual o empresário é fundador e presidente.
A fábrica cabo-verdiana começou a laborar em 1993, depois de os seus trabalhadores recrutados em Cabo Verde, a maioria do sexo feminino, terem recebido formação profissional na fábrica-mãe, em Portugal.
Na ICCO, são produzidos componentes para calçado de conforto, que correspondem a 55 por cento do processo produtivo. O transporte para Portugal – onde a produção é finalizada –, é feito por via aérea, o que garante o cumprimento dos prazos de entrega nos mercados internacionais.
Fundado em 1975, o grupo ACO Shoes emprega um total de 810 pessoas em três fábricas: 400 na empresa-mãe, em Vila Nova de Famalicão; 160 na ECCO Conforto, em Ponte de Lima; e 250 na ICCO, em Cabo Verde.
Anualmente, o grupo ACO, que é líder nas exportações portuguesas de calçado de conforto, produz 1,5 milhões de pares de sapatos, gerando um volume de negócios na ordem dos 35 milhões de euros.
Com marcas próprias e também em regime de “private label”, o calçado da ACO é vendido em mais de 30 países de cinco continentes (Europa, Ásia, África, Oceania e América).